Como fazer uso do storytelling para melhorar a apresentação de seus dados (Parte 1)

Texto por: César Ventura

Na primeira parte deste artigo, abordaremos inúmeras referências ao livro “Storytelling com dados”, da autora Cole Nussbaumer Knaflic.

Mas… para início de conversa, o que é storytelling?

Storytelling nada mais é do que a capacidade de transmitir conteúdo a partir de um enredo elaborado por meio de uma narrativa envolvente, utilizando recursos visuais, textuais, auditivos ou a junção de alguns.

Quando falamos de storytelling com dados, então, falamos de representar seus números e insights de uma forma mais atraente, mostrando como e porque eles podem ter mudado durante um período. Mas, para isso, seis lições são importantes:

1. Entenda o contexto:

Nessa primeira lição, é necessário aprender a sempre fazer duas perguntas: “quem é nosso público?” e “o que eu preciso que ele saiba ou faça?”. Essas perguntas são necessárias para criar um entendimento sólido do contexto circunstancial que reduz iterações mais adiante.

2. Escolha uma apresentação visual adequada:

Aqui, o ponto principal é analisar qual será a melhor maneira de mostrar os dados que desejamos comunicar. Pense comigo: quais tipos de gráficos, tabelas e textos serão os mais apropriados para cada tipo de informação disposta? É importante também pensar em quais recursos visuais deseja evitar.

3. Elimine a saturação:

Para um design criterioso e agradável, busque aplicar os princípios da Gestalt em suas apresentações visuais (Pregnância, unidade, segregação, proximidade, semelhança, unificação e continuidade). Pense também no alinhamento, o uso do espaço em branco e tenha certeza de que há um bom contraste nos componentes mais importantes.

4. Foque a atenção no que você deseja priorizar:

Explore alguns atributos pré-atentivos de forma estratégica para dirigir a atenção do público para onde você queira, criando assim, uma hierarquia visual. Faça com que sua história seja processada em uma ordem específica.

5. Pense como um designer:

Pense sobre o que você quer que o seu público consiga fazer com os dados apresentados, e crie uma visualização que permita-os a fazerem isso com facilidade. Pensar como um designer é investigar os reconhecimentos de um, ou seja, é pensar nas funcionalidades, na acessibilidade e na estética. Também é necessário discutir estratégias para obter a aceitação do público para as construções visuais apresentadas.

6. Por fim, conte sua história:

Uma história tem início, meio e fim. Neste sexto e último ponto, é importante pensar em como essa estrutura se aplicará e poderá ser usada na construção de suas apresentações de negócios. Para criar um storytelling eficaz, use estratégias eficazes, assim como o poder da repetição, o fluxo da narrativa, o uso de considerações faladas e/ou escritas, além de outras táticas populares.

Certo, mas… e os gráficos? Como podemos apresentá-los das melhores formas?

Pensando nisso, aqui vão algumas opções levantadas e suas principais aplicações:

  • TEXTOS SIMPLES

Utilizamos textos simples quando temos apenas 1 ou 2 números para compartilhar. Assim, use algumas palavras de apoio para esclarecer o ponto apresentado. Colocar de poucos números em uma tabela ou gráfico faz com que esses valores percam parte de sua força.

  • TABELAS

As tabelas interagem com nosso sistema textual. Aqui não estamos visualizando, e sim lendo. Assim, lemos colunas e linhas sistematicamente, comparando os valores presentes. Pode ser uma boa opção quando trabalhamos com um público mais misto, pois oferecem a liberdade de procurar a linha ou coluna de maior interesse pessoal para o público receptor.

  • MAPA DE CALOR

Mapas de Calor é onde misturamos detalhes em uma tabela utilizando pistas visuais, com células coloridas para transmitir a magnitude relativa dos números. Na figura abaixo, quanto maior a saturação de azul, maior o número.

  • GRÁFICO DE DISPERSÃO

São úteis para mostrar a relação entre duas coisas e permitem codificar dados simultaneamente em um eixo X e um eixo Y. São mais utilizados em campos científicos, sendo considerado de difícil interpretação para quem não está familiarizado com o modelo.

  • GRÁFICO DE LINHAS

São utilizados para registrar dados contínuos. Como são conectados por meio de linhas, acabam indicando uma conexão que pode não fazer sentido para dados categóricos, por exemplo.

  • GRÁFICO DE INCLINAÇÃO

São úteis quando temos dois períodos de tempo ou dois pontos de comparação. Com os gráficos de inclinação, podemos mostrar rapidamente os aumentos ou diminuições relativas e as diferenças de várias categorias dentre dois pontos de dados.

  • GRÁFICOS DE BARRAS

Os gráficos de barras devem ser aproveitados porque são comuns, tendo assim, uma menor curva de estranhamento para que, ao invés de utilizar o poder do cérebro para tentar ler o gráfico, seu público possa utilizá-lo para decidir qual informação querem extrair da apresentação.

Nossos olhos leem gráficos de barras facilmente, comparando os pontos extremos das barras e vendo a qual categoria elas pertencem. Um lembrete importante é que o gráfico de barras deve sempre começar da base zero.

Na horizontal, o gráfico de barras é mais vantajoso, pois toda forma de texto inclinado dificulta a leitura e, aqui, um de nossos principais objetivos é ser ágil, certo?

  • GRÁFICO DE CASCATA

Apesar de muito utilizado em áreas financeiras, esse modelo é amplamente considerado um dos gráficos de maior dificuldade para interpretação daqueles que não são da área. Não recomendamos produzir gráficos que seu público tenha dificuldade de entender, e portanto, é aconselhável evitá-lo.

  • GRÁFICO DE ÁREA

Apesar de ser muito difícil acertar as estimativas, pode ser uma boa opção em cenários onde a ordem de grandeza é muito grande, pois com esse modelo, conseguimos visualizar grupos pequenos.

  • GRÁFICOS DE PIZZA e GRÁFICOS DE PIZZA 3D

Aqui temos dois pontos para discutir. Primeiro, é importante ter noção de que a estranha perspectiva do 3D inclina as fatias, fazendo-as parecer menores do que realmente são.

Em segundo lugar, mesmo quando eliminamos o 3D de um gráfico pizza, os desafios de interpretação permanecem, pois o olho humano não consegue atribuir facilmente valores quantitativos a um espaço bidimensional, ainda mais quando os segmentos têm tamanhos parecidos, mas diferentes.

Na parte 2 deste artigo,

falaremos sobre os princípios da Gestalt mencionados acima, bem como os diversos recursos visuais que suas apresentações podem ter para garantir uma boa conexão entre apresentador e público.

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Sabemos que dados, sozinhos, não promovem a mudança. É necessário abertura, tempo e recursos para sair de uma rotina baseada na intuição e achismos.

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