O Efeito Dunning-Kruger

Texto por: César Ventura

DEFINIÇÃO

Após estudos, os pesquisadores David Dunning e Justin Kruger criaram o conceito do que, hoje, chamamos de “Efeito Dunning-Kruger”: um viés cognitivo no qual pessoas com habilidades baixas em uma tarefa, superestimam sua capacidade, e pessoas com habilidades altas, subestimam sua capacidade.

Tal efeito é visto como um fenômeno psicológico onde as pessoas de menor conhecimento ou habilidade sobre algum assunto se classificam como as mais competentes, superestimando-se indevidamente. Tais indivíduos, por vez, não possuem a capacidade de reconhecer seus próprios erros, os impedindo de se autoavaliarem e os dando uma confiança tendenciosa.

Em outras palavras, pessoas que se mostram muito confiantes a respeito de suas habilidades e conhecimentos, na grande maioria das vezes, estão erradas quanto a avaliação que fazem de si mesmas.

Ao mesmo tempo, podemos observar que esse mesmo efeito acontece quando alguém que realmente possui certa habilidade ou conhecimento excepcional acaba por questionar se realmente é tão bom como dizem ou como um dia pensou ser.

RECONHECENDO O PERFIL

Essa tendência ocorre quando uma pessoa recebe uma pequena quantidade de conhecimento sobre algo ou alguma área que era desconhecida previamente. De repente, tal indivíduo passa a se portar como se fosse um especialista no tema e como se soubesse mais que qualquer outra pessoa sobre o assunto.

Esse excesso de confiança acaba se transformando em uma certeza exagerada de que suas respostas são as mais corretas e que tal pessoa é extremamente competente na área em questão. Assim, sua confiança aparente se torna um atributo claro de persuasão e acaba desenvolvendo um desejo de status e poder, tudo por parecer mais inteligente que outros ao seu redor.

Por isso é importante que gestores estejam atentos para que não ajudem a propagar esse tipo de situação, e sim que instiguem o real aprendizado e desenvolvimento.

COMO LIDAR COM PESSOAS COM ESSA TENDÊNCIA?

Existem diversas medidas que podem ser priorizadas pelos tomadores de decisão para evitar tal o efeito Dunning-Kruger. Entre elas, temos:

  • Contrate pessoas adequadas.

Esse efeito aparece com muito mais frequência nos processos de recrutamento e seleção, pois os candidatos se mostram extremamente confiantes, mesmo sem serem qualificados, e isso faz com que o entrevistador fique impressionado, superestimando assim, suas habilidades para a vaga.

Isso pode acarretar situações indesejadas no futuro, pois, quando contratada, a pessoa pode acabar se recusando a lidar com seus erros e incompetências na empresa, gerando assim, vários prejuízos para o trabalho como um todo.

  • Seja cauteloso com as promoções.

É muito comum que funcionários que não são qualificados sejam muito bons em se autopromover, recebendo, assim, crédito pelo esforço de toda uma equipe ou por um trabalho que foi feito por outro colaborador. Isso acontece porque os sujeitos que estão nessa condição são incapazes de ver a extensão da sua falta de contribuição, o que faz com que realmente acreditem que possuem ideias e visões indispensáveis e queiram se autopromover por isso.

Dica valiosa: Soa familiar? Reflita por um tempo. Existe algum funcionário em especial que está se destacando, e assim, levando créditos por um trabalho que pode ter sido feito por todo um grupo ou até mesmo outra pessoa? Diga não aos vieses e atente-se aos momentos de promoção e bonificação para não ser injusto.

  • Ofereça algo para corrigir a autopercepção de seus colaboradores.

Pessoas com “sintomas de Dunning-Kruger” não possuem conhecimento suficiente para avaliar seu desempenho de uma forma justa. Mas oferecendo recursos necessários, o colaborador poderá se autoavaliar com mais precisão.

Uma opção seria oferecer treinamentos sobre um tema e, após o treinamento, pedir para que se autoavaliem, ajudando assim a compreender, de fato, seu nível de domínio sobre o tema.

  • Sessões de feedback.

Quando um colaborador se junta a uma equipe, é comum que traga consigo uma série de pontos fracos e fortes, tornando excepcionalmente difícil a realização de uma autoavaliação sobre suas próprias habilidades.

Uma maneira de fazer seus funcionários entrarem em contato com sua realidade e assim, desenvolver uma experiência corporativa consistente é conduzir uma sessão de feedbacks, ensinando seus colaboradores a aceitarem abertamente as considerações que são difíceis de ouvir, a trabalharem seus sensos crítico, tornando-os, assim, auto avaliadores justos.

Dica valiosa: Essa ideia de que todos podemos nos superestimar é um pouco assustadora, e você pode até estar pensando agora: “Será que na verdade eu sou desprovido(a) de inteligência em tudo que achava que era bom(a)?”. Mas o conselho que fica é: ouça os feedbacks que recebe e reconheça seus erros. Superestimar seu próprio conhecimento é normal. O problema está em insistir no erro.

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