O arqui-inimigo do RH: vieses cognitivos.

Texto por: Ana Júlia Luizon

Você já ouviu falar em vieses cognitivos?

Vieses cognitivos são erros sistemáticos em tomadas de decisão. Esses erros acontecem devido a limitações de recursos, como disponibilidade de informação, tempo e processamento cognitivo.

O termo vem ganhando maior visibilidade pública desde 2012, quando Daniel Kahneman, psicólogo e economista, ganhou o prêmio Nobel de economia com o livro “Rápido e Devagar”. Como o título sugere, o autor discorre sobre duas principais formas de pensar: uma rápida, intuitiva e baseada em atalhos, e outra devagar, mais deliberativa e lógica.

Daniel Kahneman | Thinking, Fast and Slow

Durante a maior parte do nosso dia-a-dia utilizamos a forma rápida de pensar, o que nos permite lidar com uma alta carga de problemas de forma satisfatória, já que esse formato exige menos recursos cognitivos, tempo e energia. O pensamento rápido funciona através da “heurística de pensamento”, ou seja, atalhos cognitivos para tomadas de decisão diante de limitações de recursos. Isso é incrível! Porém, esses atalhos, muitas vezes, podem resultar em tomadas de decisões enviesadas.

Mas, como isso funciona?

Pense na seguinte imagem: nossa mente é como uma caixa de ferramentas que passou por um processo de seleção nos últimos milhões de anos para ter as ferramentas cognitivas mais adaptáveis aos problemas que nos deparamos no dia-a-dia. Entretanto, elas nem sempre estão corretas.

Nós cometemos vieses todos os dias. Imagine que você está conhecendo um grupo novo de pessoas:

À primeira vista, será mais fácil nos aproximar de alguém que cresceu na mesma cidade que nós, em detrimento de outras pessoas que vieram de locais diferentes (Viés de Grupo).

Se a achamos fisicamente atraente, supomos também que ela seja inteligente, competente e tenha outras qualidades (Efeito Halo).

Além disso, qualquer comentário que demonstre qualquer uma dessas características irá reforçar essas crenças, mesmo que a mesma fala, porém feita por outra pessoa, não faça diferença para nós. (Viés de Confirmação)

Fonte: Pexels

Por mais que tentemos ser imparciais e justos, o mesmo acontece no ambiente de trabalho:

Aquele colaborador que está conosco há muitos anos e de quem gostamos muito pode conseguir uma promoção mesmo que outros tenham desempenhos objetivamente melhores.

Já uma pessoa que cometeu um erro grande no passado, mesmo que recentemente venha a contribuir mais que a média de sua equipe, pode continuar não sendo reconhecida por seu trabalho, porque seus erros são percebidos mais facilmente do que seus acertos. Por vez, isso pode gerar uma profecia autorrealizável: desmotivada pela sua falta de reconhecimento, o colaborador volta a performar mal e a cometer mais erros.

Tendemos, também, a atribuir conquistas ou falhas aos atributos pessoais de alguém, em detrimento das circunstâncias da situação:

(Erro Fundamental de Atribuição).

Alguém que está com bom desempenho tende a receber elogios por ser uma pessoa competente e inteligente inerentemente, sem levar em consideração que ela tem apoio de sua liderança e seus pares, uma jornada de trabalho equilibrada e é designada para realizar atividades congruentes com suas competências.

Já um colaborador que apresenta alto índice de absenteísmo e baixo desempenho, pode ser percebido como alguém “fraco”, que não aguenta pressão e é incompetente, mesmo que todas suas circunstâncias sejam inversas.

Em resumo: Vieses influenciam e determinam decisões empresariais todos os dias!

Como podemos ter certeza de que contratamos e promovemos as pessoas corretas? Como saber quais fatores influenciam um colaborador a pedir desligamento e quais também o fazem ficar na organização?

Infelizmente, mesmo que não percebamos, estamos fadados a cometer erros de julgamentos baseados em vieses, devido às nossas limitações cognitivas em processar determinada quantidade de informação em um tempo limitado.

“Uma gestão de pessoas baseada apenas

em julgamentos estará fadada ao fracasso.”

Certo, porém, como evitar vieses cognitivos?

Uma gestão de pessoas data-driven gera ambientes de trabalhos mais justos e satisfatórios para seus colaboradores, utilizando dados concretos para embasar decisões e atingir seus objetivos de forma mais estratégica.

Enquanto nós conseguimos analisar apenas um pedaço do quebra-cabeça por vez, modelos de dados nos proporcionam uma visão sistêmica do todo, gerando informações vitais para tomada de decisões cotidianas na gestão de ativos mais importante de uma empresa, as pessoas.

Modelos de dados descritivos, diagnósticos e preditivos são capazes de processar uma grande carga de dados, analisando correlações passadas e projetando informações futuras que nos mostram uma figura completa que sozinhos não conseguiríamos ver.

Nossa estrutura cognitiva permanece a mesma, mas com a ajuda da tecnologia, conseguimos superar limitações e tomar melhores decisões. Porém, sabemos que dados sozinhos não geram mudança.

É imprescindível a necessidade de um profissional adequado para transformar dados em informações, e informações em planos de intervenção eficazes, já que máquinas contam, mas humanos pensam.

Conte com a MINEHR para te ajudar a tomar decisões sem vieses.

Da adoção do people analytics aos modelos preditivos mais avançados, levamos tecnologia, estatística e gestão de pessoas para trabalhar a favor do seu negócio.

Por isso, conte com a MINEHR para dar start nesse movimento e fornecer a possibilidade de tomar decisões mais justas, estratégicas, e menos enviesadas. Entre em contato conosco e dê o primeiro passo para fazer a diferença!


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